domingo, novembro 1

24

Na data de meus 15 anos tive um sonho... um sonho  onde o tempo parava naquele instante.

Quando acordei, porém, o tempo havia passado, mais rápido que um piscar de olhos, mais rápido que um foguete em direção a lua, mais rápido que a velocidade da luz quebrando a barreira do som...

 

Acordei com 24 anos em uma manhã chuvosa e uma vida miserável. 

Me confrontei com todas as ilusões juvenis de que um dia toda a tristeza iria passar. 

Ela não passa. Ela piora. Ela te devora. 


Na data de meus 24 anos não sonhei. Não me desesperei. Apenas desejei não ter acordado.

sábado, setembro 7

Eu vivi

Por tanto tempo aqui foi minha morada, não sei ao certo quando deixou de ser. Tanta coisa aconteceu que não me reconheço em minhas próprias linhas. Hoje sou um outro "eu", sem dúvidas mais madura, menos clichê e despida dos meus dramas juvenis, porém carregada de novos dramas, menos poesia barata, mais realismo, menos sonhos e ilusões. Conheci o amor verdadeiro, assim como a dor de perdê-lo, e a importância de me amar sozinha. Experimentei a liberdade e suas consequências. Perdi a magia e o encanto do olhar. Me rendi às regras e as obrigações do mundo. Cresci e me tornei alguém que não queria ser. Hoje penso em como voltar a ser mais como antes, talvez tenha sobrado um pouquinho de mim em mim.
Continuo sem sono nas madrugadas, onde minhas angustias reverberam. Ainda não encontrei meu lugar, ainda vivo a tristeza e ainda penso que parte de mim está morta por dentro, mas existe um pedaço meu que quer e faz questão de viver. Não posso ignorá-lo. Não sei se isso é um retorno, a poesia não me habita mais, mas tenho tristeza de sobra para jorrar na minha fonte de melancolia.

sábado, junho 1

Talvez eu tenha morrido e ainda não saiba disso

Acho que parte de mim morreu... A outra... Digamos que está a beira da morte também. É um daqueles momentos de crise de identidade. Uma longa crise. Aquela maldita necessidade de me encontrar e saber quem sou e o que quero...
E se eu simplesmente quiser sumir, não pensar no amanhã, muito menos no agora? É esse o desejo de alguém sem perspectivas.
Estou mendigando pequenas alegrias e alguns sorrisos superficiais enquanto derreto por dentro. Pra no final de tudo a minha certeza ser a morte... Quem sabe eu já tenha morrido e só não saiba disso.

quinta-feira, abril 18

Até quando escuridão?

Em tempos onde reina a escuridão, onde está Deus?
Sei que estou perdida em devaneios e estou cada vez mais sem coração.
Onde foi parar toda a felicidade? Onde foi parar?
De onde vem essa tristeza que insiste em ficar?
Ao meu redor só vejo a solidão.

Às vezes desejo estar sonhando.
Às vezes desejo que seja apenas um pesadelo...
E desejo acordar....
Com todas as minhas forças eu desejo acordar...

Mas não é apenas um sonho ruim... Por que não?
Como vou me erguer? Como não cair?
Como terei esperanças pra viver até amanhã?
Como achar a luz em tanta escuridão?

Espero me erguer... Espero acordar... Espero achar a luz...
Espero não me deixar... Espero não demorar.

sexta-feira, março 8

Vazio de ideias

Chega um dia em que todos os sorrisos se vão, que o tempo passa levando a felicidade, resta apenas a amargura. Sorrisos não mais tão doces quanto antes, um vazio, uma tristeza. Nada disso tem explicação. Chega a hora que você busca apenas uma resposta, uma simples explicação, um motivo... Mas não existe, não existe o porquê.
As palavras que antes fluíam, hoje saem gaguejadas aos trancos. As ideias sumiram, deixaram vazio e solidão. Alguma coisa falta. O que falta eu não sei dizer. O que pode ter se perdido em tão pouco tempo?
E aqui fica talvez uma esperança, um desabafo, um sonho.... Os planos de antes não são mais importantes hoje, nada mais importa hoje. De onde veio tanta escuridão?

segunda-feira, dezembro 17

Não voltará

Aprendi a seguir em frente colecionando decepções
Aprendi a ser apunhalada  e cair sorrindo
Mas não aprendi a deixar de sofrer

Continuo vivendo como se nada tivesse acontecido
Mas a noite, sozinha, ainda choro
Não consegui me livrar da dor

Me cansei de viver a mesma história sem final feliz
Mas não sei deixar de vivê-la
Apenas me pergunto quantas decepções mais serão necessárias

Mas no dia em que realmente houver um final feliz suponho que seja tarde demais
O coração que não aguenta mais sofrer será pedra
E depois de pedra nada o fará voltar a amar.

sexta-feira, novembro 23

Novembro chuvoso

A chuva caía molhando os vidros das enormes janelas. Ao fundo escutava-se o som de piano vindo de fora do quarto. Acordes que faziam estremecer. Chuva que fazia arrepiar. E na sua cabeça só passavam tristezas e decepções. Ela enrolava-se na coberta buscando proteção de si mesma e de seus pensamentos. Desejou chorar e em seu choro jogar todas as tristezas grudadas no âmago de sua alma para fora... Mas só a chuva caia. Revirou-se a procurar uma posição, mas algo a incomodava no peito, um vazio, um nó na garganta, uma tristeza sem explicação... Os acordes tão leves quanto gotas de chuva que caiam do céu ... E nada tirava a dor impregnada nela, nem a chuva, nem a música, nem mesmo os pulsos cheios de cortes. Nada podia curá-la, nem mesmo as chuvas de novembro, e talvez ainda não houvesse um mês que vem. Só lhe restava a raiva, o ódio, junto da tristeza da qual nunca poderia se livrar. Malditos pensamentos de uma noite chuvosa de novembro.


segunda-feira, novembro 19

Vestígios

Encontro lembranças de uma época que não volta mais. Seus vestígios que ficaram aqui, só pra me fazer lembrar....
Às vezes sua presença faz falta, as conversas, as risadas e até as brincadeiras estúpidas que aprendi a gostar.
Parece ter sido há tanto tempo, mas nem tanto tempo faz,
Foi tão recente, mas você age como se tivesse sido há tanto tempo e nada importasse mais.
Os vestígios estão por aqui me lembrando que você se foi, se foi pra muito distante, além do mar, tão distante que nem em sonhos posso te alcançar.
Você se foi pra nunca mais voltar, se foi levando meu coração e deixou seus vestígios pra me lembrar de que está feliz por me ver sofrer por te amar.

terça-feira, outubro 30

16

Pobre de mim que para Julieta o tempo já passou,
Que dos 15 me despedi.

Hoje olho em frente para o futuro que me restou,
Me preparo para o que está por vir.

Visto a mesma máscara, sem mudanças, mas já não sou a mesma de um ano atrás.
Visto as mesmas ilusões, mas já não creio no que não volta mais.

Guardo esperanças, talvez não as mesmas, mas as que sei que são em vão.

Nessa data um ano faz, um ano fará, quantos mais virão, não importa, pois nunca poderão voltar.



quarta-feira, setembro 5

Não chore mais

Não chore, meu pequeno, de olhos cor de mar
Não chore, que meu alento não pode ir em seu encontro para te acalmar
Não chore por motivo algum, não chore...
Não chore, não chore, não chore...

Não chore que teu pranto é como chuva do céu
E teu sofrimento como trovoadas a me atormentar
Não esconda tão belo sorriso em chorosas feições
Não esqueça tamanha felicidade que já habitou teu semblante...

Apenas não chore por quem não merece suas lágrimas
E sorria por tudo o que está por viver
Não chore mais, nunca mais, me prometa...
Não chore, meu pequeno, não chore...