sábado, setembro 7

Eu vivi

Por tanto tempo aqui foi minha morada, não sei ao certo quando deixou de ser. Tanta coisa aconteceu que não me reconheço em minhas próprias linhas. Hoje sou um outro "eu", sem dúvidas mais madura, menos clichê e despida dos meus dramas juvenis, porém carregada de novos dramas, menos poesia barata, mais realismo, menos sonhos e ilusões. Conheci o amor verdadeiro, assim como a dor de perdê-lo, e a importância de me amar sozinha. Experimentei a liberdade e suas consequências. Perdi a magia e o encanto do olhar. Me rendi às regras e as obrigações do mundo. Cresci e me tornei alguém que não queria ser. Hoje penso em como voltar a ser mais como antes, talvez tenha sobrado um pouquinho de mim em mim.
Continuo sem sono nas madrugadas, onde minhas angustias reverberam. Ainda não encontrei meu lugar, ainda vivo a tristeza e ainda penso que parte de mim está morta por dentro, mas existe um pedaço meu que quer e faz questão de viver. Não posso ignorá-lo. Não sei se isso é um retorno, a poesia não me habita mais, mas tenho tristeza de sobra para jorrar na minha fonte de melancolia.

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